O Sinal da Cruz é o primeiro e principal sacramental. Ele é uma das armas espirituais mais poderosas que temos à nossa disposição, embora façamos o sinal sem pensar.
O Sinal da Cruz é um gesto que tem sido usado pelos cristãos desde o início da Igreja. Os primeiros cristãos usavam o sinal da cruz para se proteger do mal e para se lembrar da morte e ressurreição de Jesus Cristo.
Por que devemos usar o Sinal da Cruz
Por ser o Sinal da Cruz a marca da redenção dos católicos, Satanás e seus demônios a odeiam.
O signum crucis, o sinal da cruz, é poderoso porque nos marca como filhos de Deus que se livraram da escravidão do Mal e abraçaram a Cruz de Cristo como caminho para a salvação.
Ao fazer o sinal da cruz, reconhecemos que Cristo nos redimiu e que, através do batismo, nos tornamos filhos de Deus.
Os demônios fogem do sinal da cruz quando ela é feita com devoção.
Como fazer o Sinal da Cruz?
Primeiro, a posição da mão. Existem várias maneiras de fazer, mas as mais comuns são a mão completamente aberta, os cinco dedos representando as cinco chagas de Cristo.
Sinal da Cruz com 5 dedos
O sinal é feito tocando a testa, o peito, o ombro esquerdo e o ombro direito. Quando a testa é tocada, dizemos: “Em nome do Pai”, quando o estomago é tocado dizemos: “e do Filho”, e quando os ombros esquerdo e direito são tocados, dizemos: “e do Espírito Santo. Amém.”
Quando fazemos o gesto, a começar na cabeça e descendo ao estômago, estamos declarando nossa fé na Encarnação de Jesus por meio do ventre de Maria Santíssima.
Quando traçamos o sinal da cruz sobre o nosso corpo, estamos afirmando pelo menos três verdades fundamentais de nossa fé: Deus, que é Uno e Trino; a Encarnação de Jesus e Sua Morte na Cruz.
Uma maneira de nos conectarmos aos nossos antepassados na fé é dizer o Nome da Santíssima Trindade em latim enquanto fazemos o sinal. As palavras são: “In nomine Patris, et Filii, et Spiritus Sancti. Amém.”
Sinal da Cruz pode ser entendido como sendo os quatro pontos que a Santíssima Trindade santificou nos nossos pensamentos (mente), sentimentos (coração), desejos (alma) e atos (força) para fazer a vontade de Deus.
Também é possível usar três dedos para representar a Santíssima Trindade, que é uma forma muito antiga. Os dedos ficam como na imagem ao lado. Os dois dedos fechados na palma da mão representam as duas naturezas de Cristo: divina e humana.
“O sinal da cruz é feito com três dedos, porque a assinatura é feita junto com a invocação da Trindade. … É assim que se faz: de cima para baixo, e da direita para a esquerda, porque Cristo desceu dos céus para a terra, e dos judeus (direita) passou para os gentios (esquerda).” – Papa Inocêncio III (1198-1216)
Quando fazer o sinal da cruz?
Aqui estão algumas maneiras de tornar o sinal da Cruz parte de sua vida diária.
- Imediatamente após acordar e antes de dormir – Fazer o sinal da cruz imediatamente após acordar e antes de dormir é tão antigo quanto o cristianismo. É uma forma de consagrar o nosso dia. No catecismo de São Pio X a pergunta 969 diz assim: “Que deve fazer um bom cristão, pela manhã, apenas acorda? Resposta: Um bom cristão, pela manhã, apenas acorda, deve fazer o sinal da Cruz, e oferecer o coração a Deus, dizendo estas ou outras palavras semelhantes: Meu Deus, eu vos dou o meu coração e a minha alma.“. Antes de dormir, a recomendação do mesmo catecismo é: farei o sinal da Cruz, pensarei que posso morrer naquela noite, e oferecerei o coração a Deus, dizendo: “Meu Senhor e meu Deus, eu Vos dou todo o meu coração. Trindade Santíssima, concedei-me a graça de bem viver e de bem morrer. Jesus, Maria e José eu Vos encomendo a minha alma”.
- Antes das refeições – No catecismo de São Pio X, pergunta 975: “Que convém fazer antes da refeição? Antes da refeição convém fazer o sinal da Cruz, estando de pé, e depois dizer com devoção: “Senhor, abençoai-nos a nós e ao alimento que vamos tomar, para nos conservarmos no vosso santo serviço”.
- Depois das refeições – No catecismo de São Pio X, pergunta 976: “Depois da refeição, que convém fazer? Depois da refeição, convém fazer o sinal da Cruz, e dizer: Senhor, eu Vos dou graças pelo alimento que me destes; fazei-me digno de participar da mesa celeste”.
- Ao passar por uma Igreja Católica – Há uma bela tradição católica de cruzar-se ao passar por uma Igreja Católica para reconhecer Jesus presente no tabernáculo e mostrar-lhe honra e dignidade.
- Nas orações – Na oração católica, o nome da Santíssima Trindade é frequentemente invocado. Para mostrar honra à Santíssima Trindade, é uma boa ideia cruzar-se ao dizer o Glória Ser ou qualquer outra vez que o Nome for invocado.
- Em reparação à blasfêmia – O nome de Deus é abusado com frequência nas conversas diárias. Se quereis fazer um ato de reparação a Deus por este abuso do Seu Nome, podeis fazer silenciosamente o sinal da Cruz.
- Antes de entrar ou sair de casa – Este costume católico é muito antigo. No passado era comum encontrar nas casas um recipiente na entrada com água benta, geralmente ao lado da porta, para abençoar a si mesmo ao entrar ou sair de casa fazendo o Sinal da Cruz.
- Antes de dirigir ou viajar – É um costume comum e geralmente o Sinal da Cruz acompanha uma pequena oração pedindo proteção até o destino.
- Abençoar pessoas ou coisas – Um pequeno sinal da cruz pode ser traçado na testa de uma criança ou sobre um objeto que você deseja abençoar.
- Quando tem medo – Em filmes antigos que envolvem o catolicismo, muitas vezes você verá as pessoas se cruzarem quando na presença da morte, ao receber más notícias ou quando geralmente têm medo. Infelizmente, esse costume caiu em desuso, mas é uma excelente maneira de afastar o medo e inspirar coragem.
- Diante das tentações – Quando estamos atormentados por alguma tentação, devemos invocar com fé o Santíssimo Nome de Jesus ou de Maria, ou recitar fervorosamente alguma oração jaculatória, como, por exemplo: “Dai-me a graça, Senhor, que eu nunca Vos ofenda”; ou então fazer o sinal da Cruz, evitando porém que as outras pessoas, pelos sinais externos, suspeitem da tentação.
Há inúmeras outras maneiras de empregar o poderoso sinal da Cruz. A questão é que devemos usar esse poderoso signo com frequência e reverência, prestando atenção ao que estamos fazendo.
Sinal da Cruz durante o dia
“Quando nos pomos a caminhar, quando saímos e entramos, quando nos vestimos, lavamo-nos e iniciamos as refeições, quando vamos nos deitar, quando nos sentamos, nessas ocasiões e em todas as nossas demais atividades, persegnamo-nos a testa com o sinal da cruz” – Tertuliano, um padre da Igreja que viveu no terceiro século (Nasceu por volta de 160 d.C e morreu em 220 d.C.), escreveu em seu livro ‘De Corona Militis’
Sinal da Cruz e a tentação:
“Durante a tentação, fazei piedosamente, na fronte, o sinal da cruz, pois este é o sinal da Paixão reconhecidamente provado contra o demônio, desde que feito com fé e não para vos exibir diante dos homens, servindo eficazmente como um escudo” – Santo Hipólito de Roma.
Sinal da Cruz como selo de ousadia:
“Não tenhamos vergonha de confessar o Crucificado. Seja a cruz nosso selo, feita com ousadia pelos dedos na testa e em tudo; sobre o pão que comemos e os copos que bebemos, em nossas idas e vindas; antes do sono, quando nos deitamos e quando acordamos; quando viajamos e quando descansamos” – São Cirilo de Jerusalém (m. 386) em suas Palestras Catequéticas .
Sinal da Cruz no catecismo católico:
“O sinal da cruz é o primeiro e principal sacramental. É um gesto que expressa nosso batismo e nossa fé em Jesus Cristo. Quando fazemos o sinal da cruz, invocamos a proteção da Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Também pedimos a Deus que nos ajude a viver como seus filhos e filhas. O sinal da cruz é usado pelos católicos em muitas ocasiões diferentes, como ao acordar, ao dormir, ao orar, ao receber os sacramentos e ao passar por momentos difíceis. É um gesto simples, mas muito poderoso, que nos ajuda a nos conectar com Deus e a receber sua graça. O sinal da cruz é um símbolo muito importante para os católicos. É um lembrete da nossa fé em Jesus Cristo, de sua morte e ressurreição, e de seu amor por nós. Quando fazemos o sinal da cruz, estamos invocando a proteção de Deus e pedindo sua ajuda.” Catecismo da Igreja Católica, 2086-2087.